terça-feira, 10 de julho de 2012

Pós Modernismo, impasse ético


Reflexões sobre a nova ordem

Eduardo Bomfim

Os valores éticos de civilização nos campos geopolítico, ideológico, cultural e econômico que bem ou mal subsistiram até o final do século vinte, desmoronaram e não foram substituídos por novos valores mais avançados que favorecessem a grande maioria da humanidade.

Essa é uma das conclusões do sociólogo polonês radicado na Grã Bretanha, Zygmunt Bauman, em seu esforço de diagnosticar o surgimento de fenômenos típicos desses tempos de hegemonia neoliberal, da nova ordem mundial. 


Mesmo que várias de suas conclusões possam ser questionáveis há um resultado positivo em caracterizar situações e comportamentos que reflitam esse momento da História onde há uma grave, imensa centralização e concentração do capital a nível global.

Afirma que existe um evidente mal-estar generalizado em relação àquilo que passou a se chamar "a pós-modernidade" porque a sensação disseminada entre as nações é a da extrema dificuldade em trilhar um itinerário escolhido uma vez abraçado pelas maiorias.

Porque a globalização seletiva do capital, comércio, da vigilância e informação, do crime organizado transnacional, das grandes corporações militares (como a OTAN sob hegemonia imperial) possuem em comum o desdém pelo princípio da soberania territorial e o desrespeito a qualquer fronteira entre os Estados, expostos aos golpes do "destino imposto".

Assim é que se explica, afirma ele, a perda relativa de autonomia do Estado nacional declinada em favor do capital, especialmente o financeiro, assim como o enfraquecimento da função primordial dos poderes legislativos nas democracias representativas no que concerne às grandes questões políticas cujos legisladores vão sendo restringidos à condição de prestadores de serviços às comunidades.

Para Bauman "mercados sem fronteiras" é uma receita para a desordem mundial, flagrada mais uma vez nas crises da União Europeia e Estados Unidos, onde a conhecida formulação de Clausewitz foi revertida de modo que a política é que se tornou a continuação da guerra por outros meios.

Ele enfatiza que o principal movimento do capital global tem sido a tentativa de desmantelamento das grandes ideias transformadoras, "destruição dos direitos civis e políticos" para entronizar em seu lugar "um horizonte oposto, distópico, fatalista" exigindo tenaz resistência para alcançar novos tempos mais promissores, mais avançados para a humanidade.

 Blog do LUCIANO SIQUEIRA

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